A relação do homem com a comida vai muito além da sobrevivência. Você tem fome de que? Comer é um ato permeado de história, cultura e sentimentos. Comida muitas vezes é afeto, conforto e uma forma de compartilhar momentos com outras pessoas. Porém, é justamente porque está muito relacionada com questões emocionais que pode se transformar num grande entrave quando algo não vai bem.
Quando nos sentimos rejeitados, frustrados ou tristes, acabamos por comer exageradamente com o objetivo de ter momentaneamente sensações de prazer. Quando estamos ansiosos, muitas vezes não comemos. Não é à toa que diversos quadros psicológicos, como ansiedade e depressão, trazem a alteração de apetite como uma das manifestações do transtorno, seja por um excesso ou pela falta de alimentação.
Mas por que isso é algo que merece atenção?
Muito além de uma questão de aparência física ou enquadre em padrões sociais, ter um problema com a alimentação é algo que pode interferir diretamente no bem estar físico e social. Uma pessoa que se alimenta de forma inadequada pode ter problemas de saúde, locomoção, autoestima e dificuldade de relacionamentos.
Em casos mais extremos, uma pessoa que vai desenvolvendo uma relação difícil com a comida pode começar a apresentar algum transtorno alimentar.
Os principais transtornos são:
- Anorexia nervosa;
- Bulimia;
- Compulsão Alimentar
Em geral, em todos eles, o ato de comer (ou deixar de comer) se transformou numa resposta para lidar com sentimentos e emoções mais profundas e, nestes casos, é necessário um acompanhamento profissional para entender essas conexões e encontrar novos espaços e formas para elaborar situações difíceis.
Antes de se transformarem em quadros mais sérios, alguns sinais de que a relação com a comida não está tão adequada são:
- Comer como uma forma de recompensa
- Fazer dieta, mas não conseguir flexibilizar nunca, mesmo em eventos especiais, como aniversário.
- Ter uma preocupação excessiva com as calorias ingeridas
O que fazer se convivo com alguém que apresenta uma relação difícil com a comida?
A melhor forma de ajudar alguém que vive com essa dificuldade é ajudar a pessoa a perceber que a questão vai além do ato de se alimentar. Muitas pessoas tendem a ficar restritas a dietas e dicas de alimentação, deixando de perceber os outros fatores que influenciam numa piora de restrição ou compulsão alimentar. Dependendo da gravidade do quadro, é fundamental ter ajuda médica e psicológica.