Vivemos uma época de muita exigência e fragilidade nas relações, trazendo a sensação de ameaça como algo muito cotidiano. Além disso, temos também muitos estímulos e informações sendo despejados com uma velocidade muito alta e, em muitos momentos, superior à nossa capacidade de absorção. Claro que tudo isso não é suficiente para falar em ansiedade, mas é diante desse cenário que a ansiedade vem sendo descrita como um dos transtornos mais frequentes na atualidade.
A ansiedade se refere a um medo mais difuso, uma sensação de perigo da qual se tem dicas, mas muitas vezes não se consegue descrever completamente. Ela está relacionada ao desejo, no sentido de que pode ser algo que se quer muito, mas se tem receio de que não vá acontecer ou, ao contrário, algo que não queremos que aconteça, mas tememos que acabe acontecendo.
Por que somos ansiosos?
Em certa medida, podemos dizer ao longo da evolução humana, preocupar-se com o futuro foi importante para aumentar as chances de sobrevivência e foi a capacidade do ser humano em fazer isso que trouxe importantes adaptações às suas necessidades. Até hoje, a ansiedade pode ser benéfica em algumas situações, ela nos permite antecipar possíveis problemas, nos preparar melhor para eventos importantes ou ficar alerta em situações potencialmente perigosas. No entanto, é saudável que ela aconteça num limiar em que não passe a ser um sofrimento ou angústia exacerbada.
Quando a ansiedade se torna algo que merece mais atenção, normalmente ela vem acompanhada de sintomas físicos como falta de ar, enjôo, boca seca, palpitação, insônia, tontura, formigamento, entre outros. Ou, outros sintomas que interrompem o fluxo de vida, como irritação excessiva, perfeccionismo, controle exacerbado, inquietação, medos irracionais que, além de traços de personalidade, passam a ser comportamentos dos quais não se consegue fugir.
Como a psicoterapia pode ajudar na ansiedade?
Primeiramente, a psicoterapia pode ajudar a diferenciar o que são reações normais e adaptativas a situações da vida cotidiana e o que é uma resposta exagerada e, nesse sentido, algo que merece ser melhor compreendido.
Na medida em que se entende a existência de um sofrimento, o processo psicoterapêutico pode ajudar a identificar quais são os gatilhos de crises ansiosas e contribuir para que as questões envolvidas nesse processo sejam elaboradas de outras formas em que não precisem desse desdobramento.
Em alguns casos, pode ser sugerido um encaminhamento para um psiquiatra para a avaliação da necessidade introduzir alguma medicação para auxiliar e ser usada junto com o processo de terapia.